Evento promovido e patrocinado pela Prefeitura de Tabatinga, em alusão ao aniversário da Comunidade Indígena Umariaçú II, e marcado por cenas de depravação.

Sem fiscalização, jovens são visto consumindo álcool e até entorpecentes à vontade na aldeia indígena.


Na noite dessa terça-feira, 15 de agosto, a comunidade indígena de Umariaçú II realizou uma grande festa alusiva à data de sua criação patrocinada pela Prefeitura Municipal de Tabatinga. Previsto para encerrar meia noite, a festa foi pela madrugada. Embora seja um momento de celebração e união, é importante questionar os danos sociais que eventos como esse podem causar quando não são realizados de forma responsável.

Um dos principais problemas é o aumento de consumo de bebida alcoólica livremente, inclusive pir crianças e adolescentes, sem nenhum tipo de fiscalização pelo Poder Público no transcorrer do evento (no Brasil, comercializar, dar, oferecer ou vender bebida alcóolica para índígenas é crime. A infração está imposta no artigo 58, III, da Lei 6.001/73 - Estatuto do Índio). Nesse evento, houve a presença de menores na festa regado ao consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Infelizmente, essa é uma realidade recorrente em muitas dessas celebrações, colocando em risco a saúde e o bem-estar dos jovens. É crucial lembrar que a participação de menores nesse tipo de contexto é ilegal e pode resultar em consequências graves.

Além disso, o consumo precoce de substâncias psicoativas pode levar a problemas como dependência química, desavenças familiares, problemas na escola, gravidez precoce, envolvimento em atividades criminosas dentre outros. Os organizadores desses eventos também devem ser responsabilizados por permitirem situações que violam os direitos dos jovens e colocam sua segurança em risco.

Outra questão preocupante é a falta de conscientização sobre os impactos negativos dessas festas na comunidade. Ruídos (barulho e incômodo de vizinhança) excessivos, perturbação do sossego público, brigas entre os bêbados e vandalismo são apenas alguns dos problemas sociais decorrentes desses eventos irresponsáveis. Essas situações afetam não apenas os moradores locais, mas também a imagem negativa da comunidade perante outras.

É fundamental que os organizadores e a comunidade como um todo repensem a forma como essas festas são planejadas e realizadas. É necessário promover uma cultura de celebração saudável, onde sejam oferecidas alternativas seguras e inclusivas para todas as faixas etárias. Isso envolve a conscientização sobre os riscos e a implementação de medidas efetivas para garantir a segurança dos participantes.

A participação ativa das autoridades da comunidade no planejamento desses eventos é essencial para evitar esse tipo de danos sociais. O Cacique Manuel Nery e demais anciãos até buscaram limitar horários, porém não deram ouvidos e ignoraram a recomendação dele e até da própria Polícia Militar. É preciso envolver os moradores desde o início, porém para promover valores positivos e não esses extremamente negativos.

Ao criticar esses eventos pelos danos sociais que causam, não estamos negando o direito à celebração e união da comunidade. Pelo contrário, estamos chamando a atenção para a importância de realizar essas festas de maneira responsável, garantindo que todos possam desfrutar do evento sem colocar em risco a saúde, segurança e bem-estar dos comunitários, em especial as crianças e adolescentes.

A comissão, formada pela rede dos jovens indígenas comunicadores do Alto Solimões (REJICARS), responsável pelos eventos noturnos, deve repensar as práticas comemorativas da comunidade, visando construir um ambiente acolhedor, seguro e saudável para todos os seus membros. Somente assim será possível promover festas verdadeiramente memoráveis, sem causar danos sociais irreparáveis. 

Redação: Via WhatsApp 

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